DE “MARIANA PINEDA”
tradução de
Paulo Mendes Campos
Na tourada mais bonita
que se viu em Ronda, a velha.
Cinco touros de azeviche
com divisa verde e negra
Eu pensava sempre em ti;
eu pensava: Se comigo
estivesse minha triste
amiga Marianita,
Marianita Pineda!
As moças vinham gitando
em caleças coloridas
com abaninhos redondos
bordados de lantejoulas.
Também os moços e Ronda
em cavalinhos faceiros,
os amplos chapéus cinzentos
colados nas sombrancelhas.
A praça com povaréu
(chapéus baixos, altos pentes)
girava como um zodíaco
de risos brancos e negros.
Quando o grande Caetano,
pisando em palhas de areia,
atravessou a arena
com traje cor de maçã
bordado de prata e seda,
destacando-se Galhardo
entre os sujeitos de briga
frente os touros traiçoeiros
que cria a terra de Espanha,
parecia que a tarde
se botava mais morena.
Ah, se visses com que graça
se virava com as pernas!
Que grande equilíbrio o seu
com a capa e a muleta!
Melhor nem Pedro Romero
a tourear as estrelas!
Cinco touros matou; cinco,
com divisa verde e negra.
Na ponta de seu estoque
cinco flores pôs abertas
e a cada instante roçava
pelos focinhos das feras
como imensa borboleta
de ouro com asas vermelhas.
A praça, tal qual a tarde,
vibrava forte, violenta,
e entre o aroma do sangue
ia o aroma da serra.
Eu pensava sempre em ti;
estivesse minha triste
amiga Marianita,
Marianita Pineda!
Um comentário:
Olá,
Somos poetas da baixada fluminense. Amei o poema de Lorca, amei o blog, amei tudo. A iniciativa de vcs é simplesmente maravilhosa. Não vejo logo a hora de participar de um corujão desses. Quero que conheçam a minha poesia e a de meu grupo Pó de Poesia os endereços são http://emaranhadorufiniano.blogspot.com e http://po-de-poesia.blogspot.com
Aguardo a visita e os valorosíssimos comentários. Abrçs!!!
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