José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, Portugal 16 de novembro de 1922 - Tías, Lanzarote, Espanha, 18 de junho de 2010) - Além de escritor, foi contista, dramaturgo, jornalista e poeta português. Ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1998, assim como o Prêmio Camões de Literatura. Dentre sua vasta obra, publicou três livros de poemas: Poemas Possíveis (1966), Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975).
NO TEU OMBRO POUSADA A MINHA MÃO
Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se no fundo do poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d’água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se no fundo do poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d’água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.
2 comentários:
Post Forte!
Venha tomar um café preto no compo americano comigo!!
abraços
Lindo de voar.
Depois dê uma passadinha lá e faça uma poeta pateta feliz: www.barbara-ella.blogspot.com
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