
A manhã nublada, plúmbea,
esconde-se nas frestas da cortina
e um Manoel Bandeira me fala baixinho
como a ninar o menino que sempre fui.
Aqueço o leite
nada derramo sobre a fina toalha branca
herdada da casa materna,
sinal de homem feito
cuidador de si mesmo.
À mesa Bandeia faz-me companhia
e rimos das conversas noturnas.
É chegada a hora de cerrar os olhos
tentar um sono
um sonho
ou a imersão no inusitado.
Insisto com Bandeira para que permaneça,
afinal, chove,
manhã sem sorriso do sol.
Ele, cincuspecto,
me conduz à cama e diz-me
mais um poema.
Sai pé-ante-pé, de mansinho e ...
Nada mais vejo ou a tudo vejo.
É a poesia, esta companheira inseparável,
a dizer-me bom sono e bom dia.
João Luiz de Souza.
4 comentários:
lindo poema querido Mestre. Companheiro. inspirador de tantos e tantos poemas. Poeta dos livros, das letras e das realizações.
Axé!
B_Ju
Bélíssima poesia João Luíz. Parabéns!! :)
Bélíssimo poema. Parabéns João. :)
Um poema recheado de beleza e magia, onde num sonho, numa fantasia, o João Luiz, fez dele sua própria companhia. Abraço João!
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