segunda-feira, 22 de março de 2010

É HOJE!



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Corujão da Poesia do Leblon - 16/03/10


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PADRINHO BEN JOR E CORUJAS EM RAP COLETIVO NO LEBLON!



VÍDEO BY JULIO PEREIRA!

POEMAS PARA COMEÇAR BEM A SEMANA: NOSSO ALIADO BERNARDO AVILA, MANDA POESIA DA BOA DIRETAMENTE DO CANADÁ!

Muerte en el frío
(Xavier Villaurrutia)


Cuando he perdido toda fe en el milagro,...
cuando ya la esperanza dejó caer la última nota
y resuena un silencio sin fin, cóncavo y duro;

cuando el cielo de invierno no es más que la ceniza
de algo que ardió hace muchos, muchos siglos;

cuando me encuentro tan solo, tan solo,
que me busco en mi cuarto
como se busca, a veces, un objeto perdido,
una carta estrujada, en los rincones;

cuando cierro los ojos pensando inútilmente
que así estaré más lejos
de aquí, de mi, de todo
aquello que me acusa de no ser más que un muerto,

siento que estoy en el infierno frío,
en el invierno eterno
que congela la sangre en las arterias,
que seca las palabras amarillas,
que paraliza el sueño,
que pone una mordaza de hielo a nuestra boca
y dibuja las cosas con una línea dura.

Siento que estoy viviendo aquí mi muerte,
mi sola muerte presente,
mi muerte que no puedo compartir ni llorar,
mi muerte de que no me consolaré jamás.

Y comprendo de una vez para nunca
el clima del silencio
donde se nutre y perfecciona la muerte.
Y también la eficacia del frío
que preserva y purifica sin consumir como el fuego.

Y en el silencio escucho dentro de mí el trabajo
de un minucioso ejército de obreros que golpean
con diminutos martillos mi linfa y mi carne estremecidas;

siento cómo se besan
y juntas para siempre sus orillas
las islas que flotaban en mi cuerpo;

cómo el agua y la sangre
son otra vez la misma agua marina,
y cómo se hiela primero
y luego se vuelve cristal
y luego duro mármol,
hasta inmovilizarme en el tiempo más angustioso y lento,
con la vida secreta, muda e imperceptible
del mineral, del tronco, de la estatua.

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Com um punhado de versos,
não versos tidos,
entretanto sufocados entre os dedos,
eu dividi o Universo.
Confinei em uma greta do meu punho,
estes pequenos grãos que configuraram
uma cisão em dois,
meramente virtual -
e cometida -
do todo.

O Todo se deixou partir,
e portanto também é culpado
e nem foi de um crime,
e nem foi de nada.
Não existiu, pois fui eu que inventei,
e nem pode ter sido meu isso -
veio do todo
para dentro de mim.

Eu tenho o universo em duas partes,
e vou me pôr a costurar,
para tentar curar esta embriaguez
de tanto pensamento.

Vou considerar a face do céu acima de mim,
Ignorar como qualquer ignorante,
A face de baixo,
Ignorar como nem todo ignorante
Que era tudo a mesma face em movimento
Antes de separá-las.

Observando as estrelas -
como se com meus olhos
fosse capaz de guardá-las,
protegê-las da morte inevitável das Estrelas,
- eu que nem sequer consigo evitar ser eu mesmo vítima -
tentei dividir-me de mim,
mas não poderia deixar de enxergar o que há de gigante dentro de mim,
nem tampouco poderia poupar que perdesse a estrela seu brilho,
só por eu olhar para fora.
Não me impeço de ter a morte por vizinha,
fitando-me silenciosamente,
por ter os pés atados desde o início.
Não prevenirei esta morte alquímica de estrelas,
que virá a seu tempo;
antes se dará minha morte insossa e perpétua,
que não irá a lugar algum,
e será negra como o túmulo dos planetas.
Afinal, não somos todos errantes e destinados
à mesma cripta?
Seremos recobertos do mesmo manto
da escuridão de onde viemos,
e continuaremos esquecidos.

Estrelas cadentes e caídas,
sem brilho e sem cor.
Estrelas que semearam a terra, mãe da desgraça
do tormento, do pesadelo
Terra. Esta massa inexplicável,
Que pesa e o esqueleto entorta.
Terra. Dia após dia
Desta tortura profunda de uma ponta seca.
(A sombra cerca,
A sombra vem sorrateira por sobre nossos ombros,
A sombra rasteja em compasso.)
Esta terra que verte e perverte as raízes,
não poderia ser mais gentil.

E não poderia ser eu menos gente,
eu que me encontro e me perco,
neste inimízio de minhas vontades
e de mim mesmo,
e ainda sim no desespero dou-me a elas,
por não agüentar que não me tirem
desta prisão de palavras em que estou confinado,
meus dedos não se enroscam às pedras deste chão.
Estou tido para o mesmo fim,
de tanto que se fala,
que a fala morta.
O fim dos antepassados
que vieram e se foram em breves anos,
ou se viram fechados na humidade e no mofo de suas tumbas,
encerrados com flautas insonoras
atravessadas de cravos frios.
O fim dos heróis,
o fim dos covardes,
da face, da nobreza, da coroa, da cauda,
dos propósitos, e de tudo que nem foi posto.
O fim de que tanto se fala,
de que não se precisa que fale.
O fim na loucura alucinada e na dor sóbria,
a escuridão, a angústia indissolúvel de se saber tanto.

O fim que há em não saber nada.

Bernardo Avila Pires

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Noturno
(inspirado no Noturno em C# menor, do Chopin)

É nesta eterna, vil ternura,
Onde conjuram-se os amores,
Em que se rompem os pudores,
Que tanto trago da loucura.

De sua grandeza, sua altura,
Qu'engolem o som, mais as cores,
Ela me banha com temores,
Beija meus lábios, me tortura.

Noite infinita, devaneio,
Punhal da minha vida extinta,
Negro abismo, de sombras cheio,

Escuridão que tanto odeio
Que fará sempre com qu'eu sinta
Que morrerei logo em seu seio.
Bernardo Avila Pires
 

Corujão da Poesia do Leblon - 09/03/10

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ALGUNS VÍDEOS PARA CURTIR E PIRAR: CORUJÃO DA POESIA por ROBERTO PONTES


João Luíz apresenta "Falas de Darcy Ribeiro: a utopia de um Brasil passado a limpo" no Corujão na Poesia de Niterói, Bar São Nunca, em 1 de março de 2010.


ORGANISMO_diálogos poéticos em Movimento Mix, fusão fragmentada dos movimentos Feto, Conexão e Desejo, apresentado no Corujão da Poesia de Niterói em 1mar2010, no Bar São Nunca.


Roda de música e poesia coordenada por Jorge Ben Jor no Corujão da Poesia na Letras e Expressões do Leblon em 2 de março de 2010


Lucas Castelo Branco apresenta Ode Triunfal, de Álvaro de Campos, no Corujão da Poesia na Letras e Expressões do Leblon em 2 de março de 2010.

Saudações Coruja, 
  

domingo, 21 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

Amanhã o point Coruja é na Barra!

O Globo - Barra - 28/02/10


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Corujão na mídia impressa: Jornal do Brasil - Matéria publicada na edição deste domingo!

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Expediente

Natália Parreiras [Redação, Edição, Assessoria de Imprensa, Parcerias e Co-produção do evento]
Educadora licenciada em Letras pela UFPE.
Tem três livros de poesia publicados e atualmente prepara o quarto e o quinto títulos.
Mais em: http://www.sonatainsone.blogspot.com/

Tatiane Rangel [Idealização e fundação do Blog]
Formada em Comunicação Social/Jornalismo pela PUC-Rio.
Mais em: http://www.sohamsoham.blogspot.com/

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